Conselhos de administração e a agenda ESG no contexto COP30.
Atualmente, os conselhos de administração assumem um papel de comando na condução de empresas e organizações onde a agenda ESG deixou de ser um diferencial competitivo e, de fato, se tornou uma exigência estratégica.
Segundo a pesquisa Panorama ESG 2024, da Amcham Brasil, 71% das 687 companhias participantes já estão em fase de implementação de práticas ambientais, sociais e de governança, um avanço de 24 pontos em relação ao ano anterior.
Esse movimento, que envolve desde médias até grandes corporações, reflete a pressão crescente de investidores, consumidores e da sociedade civil por modelos de negócio, sobretudo, mais responsáveis e transparentes.
Nesse contexto, os conselhos de administração emergem como atores centrais, responsáveis por definir a estratégia de longo prazo e garantir que fatores socioambientais sejam integrados às decisões corporativas.
Assim, se há dez anos a discussão estava focada no engajamento dos CEOs, hoje o debate subiu de nível: são os conselheiros que detêm a responsabilidade de questionar riscos, aprovar diretrizes e induzir mudanças estruturais.
Governança ESG: Riscos e oportunidades
Além disso, a integração de ESG à governança corporativa não se resume à mitigação de riscos, ou seja, ela abre espaço para oportunidades.
Essas aberturas se manifestam, por exemplo: no acesso a capital mais competitivo, na atração de talentos, na inovação em produtos e serviços sustentáveis e na construção de marcas alinhadas a valores éticos.
Nesse sentido, movimentos globais, como a Portfolio Decarbonization Coalition (PDC), já orientam bilhões de dólares em investimentos para empresas capazes de reduzir sua pegada de carbono ou adotar soluções de baixo impacto ambiental.
Para responder a esse cenário, conselhos devem estar preparados para alinhar suas agendas, simultaneamente, com práticas de transparência, diversidade, inclusão e inovação sustentável.
O Papel da COP30 como catalisador
A COP30, que ocorre em novembro de 2025, em Belém (PA), decisivamente, será um catalisador desse processo.
Logo, ao reunir governos, investidores e empresas, a conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) coloca os conselhos brasileiros diante de uma vitrine global.
Mais do que simbolismo, com efeito, trata-se de uma oportunidade de mostrar como o país pode liderar a transição para uma economia de baixo carbono, efetivamente, explorando seu potencial energético renovável e sua biodiversidade única.
Consequentemente, para as companhias, isso reforça que o ESG é uma realidade definitiva no mundo dos negócios, cabendo aos conselheiros a responsabilidade de garantir que os compromissos se traduzam em ações mensuráveis.
Desse modo, o futuro das organizações brasileiras passa, portanto, pela capacidade de seus conselhos de integrar ESG ao coração da estratégia.
Em suma, é essa governança ativa e provocadora que definirá não apenas a longevidade das companhias, mas também sua relevância em um mundo em que responsabilidade ambiental, social e de governança já não são opcionais, mas condições para competir e prosperar.

Por: Eduardo Gomes, presidente do conselho da Board Academy, edtech de formação e desenvolvimento de conselheiros consultivos, independentes, fiscais e de administração de empresas.
Sobre a Board Academy: https://boardacademy.com.br/
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