Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+: avanços na legislação
Dia Internacional Orgulho LGBTQIA+ é celebrado em 28 de junho.
Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ celebra avanços na luta por direitos e igualdade, mas também destaca os desafios que a comunidade ainda enfrenta no Brasil
Hoje, celebrando o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ concluímos que a comunidade LGBTQIA+ no Brasil alcançou importantes vitórias. Primeiramente, em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que homofobia e transfobia são crimes equivalentes ao racismo, fortalecendo assim a proteção legal contra discriminação.
Assim, o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o direito ao nome social e a possibilidade de adoção por casais homoafetivos são conquistas importantes.
Desde 2011, quando a união homoafetiva foi reconhecida pelo STF, mais de 76 mil casamentos entre pessoas do mesmo sexo foram celebrados no país. Notavelmente, em 2022, o número de uniões oficiais atingiu um recorde, com 11.022 casamentos registrados em cartórios.
No entanto, apesar desses avanços, muitos desafios persistem. Por exemplo, em 2023, houve 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no Brasil, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Além disso, no Sudeste, os casos de violência cresceram 59%, com travestis e mulheres trans representando 58,24% das vítimas e homens gays 35,16%.
Ademais, em São Paulo, a violência contra pessoas LGBTQIA+ aumentou 15 vezes nos últimos sete anos de Dia do Orgulho LGBT+, segundo o Instituto Pólis.
Reconhecimento Legal
A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo assegura a esses casais os mesmos direitos civis que os casais heterossexuais possuem. Entre os benefícios garantidos estão a escolha do regime de bens, a construção de patrimônio conjunto, a pensão em caso de separação ou morte, e a inclusão do parceiro como dependente em planos de saúde.
De acordo com William Callegaro, advogado especialista em Direitos Fundamentais e Secretário Estadual do Segmento LGBT, ainda há muitos desafios a serem superados.
Ele afirma: “O objetivo deve ser a implementação de políticas públicas eficazes e a conscientização de que essa luta é por igualdade.
Não podemos perder o foco, pois a todo momento, pessoas do segmento estão morrendo pela falta de ações efetivas.”
Embora as decisões judiciais tenham sido favoráveis, ainda não há uma legislação específica que regulamente de forma clara e abrangente os direitos da comunidade LGBTQIA+.
Portanto, Callegaro enfatiza a necessidade urgente de leis que consolidem esses direitos e acabem com a dependência de decisões judiciais temporárias.
Ele conclui: “É fundamental que os políticos assumam um papel ativo na criação e implementação de políticas que protejam e ampliem os direitos. Sem esse apoio, as mudanças necessárias não ocorrerão.”
Desafios que Ainda Persistem
A comunidade LGBTQIA+ ainda enfrenta diversos desafios, segundo avalia o especialista, incluindo:
– Política e representação: A representação política da comunidade LGBTQIA+ é limitada, e a resistência conservadora dificulta a implementação de políticas inclusivas.
– Violência e discriminação: O aumento no número de assassinatos reflete a persistente violência contra essa comunidade.
– Legislação e direitos: Muitas leis necessárias para a proteção e inclusão da comunidade estão paradas ou enfrentam resistência política significativa.
– Acesso a serviços de saúde: Pessoas LGBTQIA+, especialmente transgêneros, encontram dificuldades no acesso a serviços de saúde adequados devido à discriminação e ao preconceito.
– Inclusão no mercado de trabalho: Apesar das políticas de inclusão em algumas empresas, a discriminação e o preconceito ainda resultam em menores oportunidades de emprego e desenvolvimento profissional.
– Educação e sensibilização: A falta de educação sobre questões de gênero e sexualidade nas escolas contribui para a perpetuação de estereótipos e preconceitos.
Sobre William Callegaro
William Callegaro é advogado, especialista em Direitos Fundamentais, ativista político e professor do RenovaBR.
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