Escândalo, taxas de juros e ajuste fiscal preocupam o mercado
Há consenso que os IPO´S só deverão voltar em 2025 e que o mundo sustentável não tem mais volta.
Ainda sob os efeitos de um dos maiores escândalos (Americanas, cujos balanços e operações passam por um pente fino do regulador), que fechou portas e janelas no mercado de capitais brasileiro, os presidentes da CVM e da Abrasca tentaram aplicar uma injeção de ânimo a grupos de stakeholders durante o 25° Encontro de Relações com Investidores, em São Paulo. O mercado de dívida, que movimenta R$ 4 BI por dia no Brasil, pode ser uma saída, enquanto os IPO´s não vêm.
Pablo Cesário, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), foi direto em seu discurso de abertura, na segunda, 24, admitindo que “ainda existe um elefante na sala, que precisa ser resolvido”. Parafraseando o dito popular, se “um bode” na sala já é difícil, imagine um elefante… Mas reclamar só e não fazer nada é pouco, insuficiente. Daí Cesário conclamar o mercado a se unir e criar um movimento em favor da prosperidade. “Como estrategistas das companhias, precisamos encontrar o equilíbrio fiscal sustentável, porque juros a 6,5%, 7% ou 8% ninguém vai aguentar”. Ele, que representa as maiores organizações empresariais do país que operam em Bolsa, além do “G” do ESG, quer turbinar o “S” também para que “todo o país” crie e partilhe a prosperidade.
Gilson Finkelsztain, da B3, disse que o desafio da taxa de juros é um problema global e que as incertezas do equilíbrio fiscal no país, atrapalham os negócios. “Já deixamos passar a oportunidade de trabalhar bem com o mercado de dívidas, agora não podemos mais subestimá-lo”, acentuou. Para além do “follow-on” da Sabesp e das Ofertas Iniciais (IPO´S) que deverão ocorrer somente em 2025, João Pedro, da Comissão de Valores Mobiliários, lembrou que existem 700 companhias registradas na CVM e que destas apenas 420 estão listadas na B3.
Lembrando que o Brasil é líder no Sul global, em termos de regulação, João Pedro do Nascimento (CVM) reiterou o compromisso de tornar o mercado de capitais nacional mais ágil. Citou o esforço e a regulação das finanças sustentáveis, por meio das Resoluções 193 (reportes), da 175 (fundos que consideram os ativos ambientais) e a 59 (Pratique ou Explique).
Fonte: Portal ESGS
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