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Crise climática coloca América Latina em risco

Desigualdade, pobreza e desmatamento, agravam os efeitos da crise climática, aponta o Relatório do IPCC (AR6).

Crise climática coloca América Latina em risco. *Por Gabriela Boesel

O planeta Terra não esteve tão quente em aproximadamente 125 mil anos. Contudo, foi no último século e meio, e especialmente nas últimas décadas, que a temperatura aumentou drasticamente.

Cientistas são categóricos e afirmam que o ser humano é o responsável por este aquecimento acelerado. O qual foi impulsionado por níveis de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera sem precedentes em milhões de anos. 

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), organismo da ONU que avalia a ciência do clima com o trabalho voluntário de especialistas de todo o mundo, indica que a influência humana é inegável.

Além disso, um levantamento realizado pelo Instituto UK, no Reino Unido, analisou mais de 88 mil estudos sobre o clima, e concluiu que 99% deles concordam que o ser humano desempenha um papel relevante na mudança climática. 

Crise climática antropogênica na América Latina

O fenômeno que presenciamos hoje é a crise climática antropogênica, causado por atividades humanas. Como, por exemplo, a queima maciça de combustíveis fósseis (principalmente petróleo, carvão e gás) e a destruição de sumidouros de carbono, como selvas e florestas (desmatamento). O aumento excessivo de GEE atua como um cobertor, aprisionando o calor do sol. 

A crise climática antropogênica impacta todas as regiões, mas a América Latina e o Caribe estão entre as mais vulneráveis. O Sexto Relatório do IPCC (AR6) aponta que fatores como desigualdade, pobreza e desmatamento agravam os efeitos do aquecimento.

Entre os principais riscos estão:

  • Amazônia sob ameaça: a floresta já apresenta áreas que deixaram de absorver carbono e passaram a emitir. Pesquisadores alertam que o ponto de não retorno pode chegar até 2050.
  • Eventos extremos: secas prolongadas, enchentes e deslizamentos aumentam os riscos sociais e econômicos, afetando a produção agrícola e a segurança hídrica.
  • Saúde pública: doenças como dengue estão em expansão devido às mudanças de temperatura e precipitação.
  • Impactos costeiros: erosão, branqueamento de corais e perda de ecossistemas oceânicos devem se intensificar até 2050.

Mitigação e adaptação são complementares

Para enfrentar a crise, é necessário unir mitigação e adaptação. A mitigação reduz emissões de GEE por meio da transição energética, reflorestamento e eficiência no uso da energia. Já a adaptação busca reduzir os danos, investindo em infraestrutura resiliente, agricultura adaptativa e sistemas de alerta para desastres.

A América Latina apresenta avanços. A matriz elétrica da região já conta com 69% de fontes renováveis, mais que o dobro da média mundial. Além disso, o Brasil reduziu o desmatamento da Amazônia em 2024, no entanto, a expansão da exploração de petróleo e gás segue como contradição que limita os progressos.

A urgência da ação climática

Conforme estudos científicos, limitar o aquecimento global é essencial para reduzir impactos devastadores. Isso exige cortes imediatos nas emissões e compromissos reais com a neutralidade de carbono. A rapidez da resposta global determinará o futuro da humanidade diante da crise climática antropogênica.


Referências

*Gabriela Boesel: Jornalista com mais de 10 anos de atuação em veículos de comunicação. Ao longo de sua carreira, foi produtora e apresentadora do canal de pesca Fish TV e editora do portal de notícias Coletiva.net, no RS. É formada em Jornalismo pela Unisinos, com Especialização em Cultura Digital e Redes Sociais pela mesma universidade. Durante a faculdade, cursou um semestre na Universidad de Deusto, em San Sebastián, na Espanha. Possui, ainda, MBA em Inteligência Artificial para Negócios, pela Faculdade Exame, e cursa pós-graduação em Comportamento Humano, pela Faculdade do Centro de Mediadores.

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